Sumario: | Adília Lopes (1960) apresenta-se nos seus versos como uma <em>freira poetisa barroca portuguesa</em>. O percurso meteórico da sua obra na literatura portuguesa poderia ser um <em>case study </em>de como uma poesia marginal alcança o coração do cânone literário ou sobre como deixar “prognósticos só para o final do jogo.” Autora de uma poesia inteligente e provocadora, Adília Lopes passou das primeiras edições de autor, obras de culto de uma minoria, a ser lida nas salas de aula de Literatura Portuguesa um pouco por todo o mundo. Este percurso tem o seu clímax na publicação de <em>Dobra</em>, a poesia reunida em obra completa pela Assírio & Alvim, em 2009. Encontramos ecos da sua obra em vários campos da nossa contemporaneidade, sejam estes os da arte, com as gravuras que Paula Rego lhe dedica, ou o da música, em letras de bandas como <em>A Naifa</em>.
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