Sumario: | Neste livro, Francisco Cláudio Alves Marques examina a participação do imigrante italiano no processo de urbanização paulista nos anos de 1920, no qual se misturavam trabalhadores de procedências diversas, como o escravo recém-liberto, o caipira e o imigrante italiano vindo da zona rural, todos "desenraizados" no espaço ou no tempo. É dessa perspectiva que o autor procura compreender as caricaturas elaboradas por Juó Bananére e António de Alcântara Machado, considerando-as mais do que manifestação de rejeição ou acolhimento do imigrante, mas expressão do papel desse contingente nas transformações por que passava o País no período em que se discutia a configuração da identidade nacional. Para lançar luz sobre a representação do imigrante italiano nas obras daqueles dois escritores paulistas, a autor considera aspectos históricos, sociológicos e culturais implicados no processo imigratório do início do século XX. Partindo da caracterização da personagem macarrônica, nos planos gráfico e linguístico, o autor chega a possíveis sentidos do efeito cômico dessa caricatura na percepção do papel do imigrante italiano na constituição da sociedade brasileira, aspecto que enseja sutil contraste com o nacionalismo na obra de Alcântara Machado.
|